quarta-feira, janeiro 24, 2007

 

A mídia continua!!!!!


Cuidado com a cobertura do PAC

Imediatamente após a apresentação do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento, preparado pelo Governo Federal como estratégia para impulsionar nossa economia, somos assediados por todo tipo de opinião, dos mais diversos teores e das mais variadas fontes. Da mídia que até agora tive acesso, a ligeira maioria traz alguma condenação logo no primeiro contato, em manchetes que anunciam equívocos antes mesmo que tenhamos a certeza sobre qual assunto está sendo discutido. Contudo, a um tema tão controverso, é necessário dispensar mais atenção que o habitual na leitura das análises, buscando a opinião dos comentaristas de estirpe e interesses mais variados possível.

Mesmo com a mídia de massa imputando nos leitores um sentimento de desconfiança frente à medida, é possível encontrar, em alguns veículos de informação, defensores do plano. E através da análise conjunta de todas as opiniões, calculando-se o grau de interesse e posicionamento político de cada redação, é que podemos inferir realmente qual o verdadeiro significado deste plano de ação..

O que parece mais correto no momento é entender o PAC como um projeto bem intencionado, fundamentado basicamente em questões de mercado, tendo o mérito de ser um instrumento de fomento ao crescimento econômico de iniciativa do Estado, com investimentos públicos significativos em setores estratégicos, e incentivo à iniciativa privada na intenção de que esta, impulsionada pelas facilidades fiscais e de infraestrutura, possa também investir nos setores contemplados. Cabe ressaltar a retomada do papel do Estado como direcionador da política econômica, em uma contrapartida ideológica aos xiitas neoliberais que abundam nas colunas de economia de tantos jornais..

A crítica que, ao meu ver, merece mais crédito, diz respeito à relação entre investimento privado e crescimento econômico. No PAC, a lógica estaria invertida ao admitir que a injeção de recursos privados precederia o crescimento, e não a idéia contrária, a de que só com perspectiva de crescimento conquista-se o empresariado. Pode ser um engano grave se não tratado de forma correta. Transparece, entretanto, a intenção de que o Estado, já não tão vigoroso no papel de controlador da economia como há uma ou duas décadas, por ter sido esvaziado de sua função, aposta na iniciativa privada. Em contrapartida, espera por seu voto de confiança. Não me parece um tiro no escuro. A maior articulação do projeto não é econômica, mas política: a ação estatal se resume na preparação do terreno para torná-lo atrativo aos interesses privados. Uma vez disparado esse gatilho, o Plano pode alcançar os objetivos pretendidos, como o crescimento anual de 5%. Os interesses da iniciativa privada não constituem nada além de lucro, e esta aproveitará, sempre, qualquer chance de expansão de seus dividendos..

O mais prudente no momento é saber separar o que é uma análise honesta do PAC daquelas opiniões apaixonadas, cheias de remorso e ódio contra Lula, ou daquelas que festejam o Plano como a salvação da lavoura, sem sequer verificar sua aplicabilidade e suas chances de funcionar. É certo que planos como o PAC sempre tiveram um importante papel na história, seja no Brasil de Getúlio e JK, ou mesmo no New Deal americano de Roosevelt. Pode-se considerar positivo o fato de que, aos vinte dias de segundo mandato, tenhamos de Lula uma iniciativa concreta para conduzir o país ao tão esperado crescimento. Do Presidente pode ser cobrado de tudo: uma revisão do Plano, um reestudo, alterações e detalhes técnicos. Não se pode, entretanto, condená-lo por não tentar. Por fim, lançado o Programa, nos resta torcer para que a equipe do Planalto tenha acertado, pois assim ganha o Brasil e ganhamos nós.
enviada por:.

Marcelo Vargas

Assinamos em baixo, a canalhada não vai desistir assim tão fácil.

Tico



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